PLANEJAMENTO URBANO FUNCIONALISTA EM ALTAMIRA-PA

UM RETRATO HISTÓRICO DE SUAS PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS

Autores/as

  • Cleyton Alves Candeira Pimentel Universidade Federal do Pará/Mestrando
  • Nírvia Ravena Universidade Federal do Pará/Professora Titular e Pesquisadora

DOI:

https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v28i60.4383

Palabras clave:

BR-230, Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Planejamento Urbano, Altamira, Infraestruturas

Resumen

Ao longo da história, as cidades da região do Xingu sofreram grandes transformações econômicas, demográficas, ambientais, sociais e políticas que modificaram seu desenvolvimento territorial e urbano. No contexto da Amazônia Brasileira, Altamira e suas cidades de influência passaram por duas macro configurações: a construção da rodovia BR-230 (Transamazônica) e a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte. O objetivo deste trabalho é sintetizar estas transformações considerando que o planejamento urbano, nesse caso, calcado na dirigibilidade de grandes infraestruturas econômicas, ordenou o espaço do Xingu sob uma ótica racional-físico-territorial, sendo, portanto, a forma de planejamento que levou essa região a ser o que é atualmente. Para o alcance desse objetivo foi utilizado o método explicativo-analítico com foco na observação histórica da práxis do planejamento urbano no território, e, de forma complementar, realizada uma pesquisa bibliográfica sistematizada de trabalhos notórios na temática. Observa-se que ao longo destas experiências, o planejamento urbano funcionalista foi instrumental na reorganização desse espaço durante os impactos dessas enormes infraestruturas na região do Xingu. Logo, a partir disso, espera-se que a forma funcionalista de ordenar o espaço urbano propague tendências de continuidade com as tentativas de implementação do Projeto Belo Sun.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Cleyton Alves Candeira Pimentel, Universidade Federal do Pará/Mestrando

É Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pará e registra produtividade científica na área de Economia Regional e Urbana, Desenvolvimento Regional e Teoria Econômica por planos de trabalhos realizados como bolsista de iniciação científica voluntário (PIVIC) e remunerado (PIBIC) em Projetos de Pesquisas, como o Observatório do Mercado de Trabalho Paraense (OPAMET), e Projetos de Extensão, como a Incubadora de Empreendimentos Solidários (ITES), durante sua graduação (2021). É também aluno de Mestrado Acadêmico pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU/UFPA) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), ao qual integra o grupo de pesquisa Políticas Públicas e Governança na Amazônia e seus projetos de pesquisa subsequentes. Os seus temas de pesquisa são centrados no território da Amazônia (Amazônia Legal, Amazônia Internacional e Amazônia Oriental) na temática das barragens hidrelétricas e suas dimensões inter-relacionadas (como a questão urbana, os impactos demográficos, o desenvolvimento econômico e a questão ambiental).

Nírvia Ravena, Universidade Federal do Pará/Professora Titular e Pesquisadora

Doutora em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro/IUPERJ(2004). Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido-PPGDSTU do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), programa este ao qual coordenou no período de Novembro de 2010 a junho de 2011 . É pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Consultora do Global Environment Facility-GEF em Governabilidade da Água no projeto Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços da Bacia Amazônica, considerando a Variabilidade Climática e as Mudanças Climática.

Citas

Altamira. Prefeitura Municipal. (2010). Plano Diretor Relatório Final vol. II. TECHNUM Consultoria SS.

Brandão, C. (2007). Território & desenvolvimento: as múltiplas escalas entre o local e o global. Ed.Unicamp.

Ministério de Minas e Energia (2009). Relatório de Impacto Ambiental – Rima: Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte. Eletrobras; Andrade Gutierrez; Camargo Corrêa, Odebrecht.

Camargo, J. G. da C. (1973). Urbanismo rural. Ministério da Agricultura; INCRA.

Carvalho, G. B., Conceição, R. S. da. & Amaral, M. D. B. (2019). Reestruturação urbana da cidade de altamira (pará) a partir da implantação da uhe belo monte. InterEspaço: Revista de Geografia E Interdisciplinaridade, 5(18), e16154. https://doi.org/10.18764/2446-6549.2019.16154

Carvalho, G. B., Amaral, M. D. B. & Herrera, J. A. (2019). A reprodução urbana em Altamira-Pará: uma análise dos reassentamentos urbanos coletivos-2016. Geografia (Londrina), 28(2), 101-121.

Estronioli, E. M., & Miranda Neto, J. Q. (2021). A Hidrelétrica de Belo Monte como fator de segregação socioespacial: uma análise a partir da cidade de Altamira-PA. Novos Cadernos NAEA, 24(3).

Freire, L. M., de Lima, J. S., & da Silva, E. V. (2018). Belo Monte: fatos e impactos envolvidos na implantação da usina hidrelétrica na região Amazônica Paraense. Sociedade & Natureza, 30(3), 18-41.

Fearnside, P. M. (2012). Belo Monte Dam: A spearhead for Brazil’s dam building attack on Amazonia. In Global Water Forum. https://globalwaterforum.org/2012/03/19/belo-monte-dam-a-spearhead-for-brazils-dam-building-attack-on-amazonia/

Godar, J., Tizado, E. J., Pokorny, B., & Johnson, J. (2012). Typology and characterization of Amazon colonists: a case study along the Transamazon highway. Human Ecology, 40(2), 251-267.

Herrera, J. A., & Moreira, R. P. (2015). Espacialidade do medo e insegurança pública: ensaio sobre os efeitos da UHE Belo Monte na cidade de Altamira no Pará. Revista Políticas Públicas & Cidades, 3(3), 2359-1552.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Organização do Território. Malhas Territoriais. https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/malhas-territoriais.html

Kohlhepp, G. (1979). Brasiliens problematische Antithese zur Agrarreform: Agrarkolonisation. In H. Elsenhans (ed.). Agrarreform in der Drittten Welt (pp.471-504). Campus. 471-504.

Lakatos, E. M., & Marconi, M. D. A. (1982). Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas.

Martins, G. D. A, & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da investigação científica para Ciências Sociais Aplicadas. Atlas.

Moran, E. F. (2016). Roads and dams: infrastructure-driven transformations in the Brazilian Amazon. Ambiente & Sociedade,19(2), 207-220. https://doi.org/10.1590/1809-4422ASOC256V1922016

Miranda Neto, J. Q. (2016). Os nexos de re-estruturação da cidade e da rede urbana: o papel da Usina Belo Monte nas transformações espaciais de Altamira-PA e em sua região de influência. [Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia] Repositório Institucional UNESP. http://hdl.handle.net/11449/147134

Miranda Neto, J. Q., & Herrera, J. A. (2016). Altamira-PA: novos papéis de centralidade e reestruturação urbana a partir da instalação da UHE Belo Monte. Confins. Revista franco-brasileira de geografia (28).

Miranda Neto, J. Q., & Herrera, J. A. (2017). Expansão urbana recente em Altamira (PA): novas tendências de crescimento a partir da instalação da UHE Belo Monte. Ateliê Geográfico 11(3), 34-52.

Neves, I. C., Carvalho, B., & Cornélio, G. S. (2016). Expansão urbana e segregação sócio-espacial: uma análise da cidade de Altamira Pará face ao empreendimento Hidrelétrico de Belo Monte. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, 3(2), 99-116. https://core.ac.uk/download/pdf/233889565.pdf

Norte Energia. (2011). Plano Básico Ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Norte Energia. (2017). Relatórios de Monitoramento Socioambiental Independente do Projeto UHE Belo Monte: 2014-2017.

Peixoto, P. (2009). Requalificação urbana. In C. Fortuna, R. Proença Leite (Orgs.). Plural de cidade: novos léxicos urbanos (pp.41-52). Almedina.

Postan, M. M. (2014). The historical method in social science. Cambridge University Press.

Rego, R. L. (2015). A integração cidade-campo como esquema de colonização e criação de cidades novas: do norte paranaense à Amazônia Legal. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 17(1), 89-89.

Rego, R. L. (2016). Utopia e urbanismo funcionalista na Transamazônica. In Anais do XIV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo. “Cidade, Arquitetura e Urbanismo: visões e revisões do século XX. IAU, USP. https://www.iau.usp.br/shcu2016/anais/wp-content/uploads/pdfs/10.pdf

Rodrigues, M. M. B. & Aguiar Cavalcante, M. M. (2022). Longe do rio, longe da cidade: UHE Belo Monte, deslocamentos compulsórios e segregação em Altamira (PA). Revista Ciência Geográfica, 26(01), 497-522.

Souza, M. J. L. (2002). Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. Bertrand Brasil.

Trevisan, R., Brandão, S. B., Costa, L. F., da Silva Moraes, R. T., Reis, T. R., Vilela, N. B. T., & Teixeira, C. G. (2021). Transamazônica trans: cinco leituras possíveis. Revista Cadernos do Ceom, 34(55), 151-174.

Trindade Júnior, S. C. C. (2010). Cidades na floresta: os “grandes objetos” como expressões do meio técnico-científico informacional no espaço amazônico. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (51), 113-137.

Tófoli, R. M., Dias, R. M., Alves, G. H. Z., Hoeinghaus, D. J., Gomes, L. C., Baumgartner, M. T., & Agostinho, A. A. (2017). Gold at what cost? Another megaproject threatens biodiversity in the Amazon. Perspectives in Ecology and Conservation, 15(2), 129-131.

Publicado

2022-12-19

Cómo citar

Pimentel, C. A. C., & Ravena, N. (2022). PLANEJAMENTO URBANO FUNCIONALISTA EM ALTAMIRA-PA: UM RETRATO HISTÓRICO DE SUAS PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS. Revista Univap, 28(60). https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v28i60.4383

Número

Sección

Ciências Sociais Aplicadas

Artículos similares

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

También puede Iniciar una búsqueda de similitud avanzada para este artículo.