O ENSINO DE PORTUGUÊS EM CURSOS DE ENGENHARIAS E DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM UNIVERSIDADES POTIGUARES: UMA DEMANDA POR UM ENSINO PARA FINS ESPECÍFICOS
DOI:
https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v26i50.2221
Resumo
Na Resolução nº 11/2002, do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2002), que institui as diretrizes curriculares dos cursos de engenharias nas universidades brasileiras, estabelece-se que o egresso de um curso de engenharia deve saber comunicar-se de forma escrita e oral. Da perspectiva dos Letramentos Acadêmicos (LEA, 2017, LEA; STREET, 1998, 2006), em que se crê que o letramento é uma prática cultural e, portanto, diferenciada pelos contextos em que ocorre, é legítimo questionar como os cursos de engenharia das universidades federais potiguares satisfazem essa demanda legal. O objetivo deste trabalho, portanto, é analisar os modos de institucionalização do ensino de português nos cursos de engenharia dessas instituições e também no curso de bacharelado em ciência e tecnologia, como primeiro ciclo de algumas das engenharias. Para tanto, realizou-se uma análise documental dos projetos pedagógicos dos referidos cursos de três instituições federais localizadas no estado do Rio Grande do Norte. A análise centrou-se em particular na identificação e na caracterização das disciplinas ligadas ao ensino de português, a partir das seguintes unidades de análise: título, ementa e referências bibliográficas. Os resultados revelam que a maioria das disciplinas voltadas ao ensino de português fundamenta-se em abordagens generalistas, em que não se consideram as necessidades comunicativas específicas da profissão.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação - MEC. Conselho Nacional de Educação - CNE. Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia. Brasília, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES112002.pdf. Acesso em: 30 de jan. de 2019.
CONFEA. Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005. Regulamenta as atribuições profissionais inseridas nos sistemas Confea/Crea. Disponível em: http://www.confea.org.br/. Acesso em: 30 de jan. 2019.
CUNHA, J. F. Letramento Acadêmico: Reflexão e Algumas Considerações sobre Cursos de Negócios em Faculdades Privadas Populares. Signum, v. 2, n. 15, p.129-151, dez. 2012.
FIAD, R. S. A escrita na universidade. Revista da ABRALIN, v. 10, n. 4, p. 357-369. 2a. parte, 2011.
FONAPRACE (Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis. IV Pesquisa do perfil do socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das instituições federais de ensino superior brasileiras. Brasília: Fonaprace, 291 p. 2014.
GARCIA JUNIOR, E. F.; ALVES, C. A. L.; MEDEIROS, S. Análise documental: uma metodologia da pesquisa para a Ciência da Informação, v. 1, n. 7, p. 138-150, jul. 2017.
GOURLAY, L. Threshold practices: Becoming a student through academic literacies. London Review of Education, v. 7, n. 2, p. 181-192, 2009.
HEINIG, O. L. O. M.; FRANZEN, B. A. A leitura e a escrita na engenharia: construindo intersecções entre o mundo do trabalho e a academia. Revista de Ensino de Engenharia, v. 32, n. 2, p. 10-18, jan. 2013.
HYLAND, K. English for Specific Purposes: some influences and impacts. In: CUMMINS, J.; DAVIDSON, C. International Handbook of English Language Teaching. Nova York: Springer, 2007, p. 391-399.
LACERDA, N. A.; SOUSA, M. A.; SILVA, M. T. M. Ensino de português para fins específicos: uma análise curricular em projetos pedagógicos de cursos de graduação da UFPI. In: Jornada Nacional do Gelne, 25, 2014, Natal. Anais... Natal: EDUFRN, 2014, p. 246-254.
LEA, M. R. Academic Literacies in Theory and Practice. In: STREET, B. V.; MAY, S. Literacies and Language Education. Cham: Springer, 2017, p. 147-158.
LEA, M. R.; STREET, B. V. O modelo de “letramentos acadêmicos”: teoria e aplicações. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 477-493, jun. 2014.
LEA, M. R.; STREET, B. V. The “Academic Literacies” model: theory and applications. Theory into Practice, v. 45, n. 4, p. 368-377, 2006.
LEA, M. R.; STREET, B. V. Student writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education. v. 23, n. 2, p. 157-16, 1998.
LILLIS, T. Whose “Common Sense”? Essayist literacy and the institutional practice of mystery. In: JONES, C.; TURNER, J.; STREET, B. (Org.). Students writing in the university: cultural and epistemological issues. Amsterdam: John Benjamins, 1999. p. 127-140.
LONG, M. Second Language Needs Analysis. Cambridge: Cambridge University, 2005.
MARINHO, M. A escrita nas práticas de letramento acadêmico. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 10, n. 2, p.363-386, abr. 2010.
OLIVEIRA, V. F. (Org). Trajetória e estado da arte da formação em Engenharia, Arquitetura e Agronomia – volume I: Engenharias. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, 2010.
RIBEIRO, A. E.; GUIMARÃES, I. F.; SILVA, S. E. C. Aulas de português na formação de engenheiros: expectativas e concepções de alunos e professores de instituição pública em Minas Gerais. Scripta, Belo Horizonte, v. 16, n. 30, p. 117-136, 2012.
IFRN. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Engenharia de Energia. Natal, 2017. Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br/ensino/cursos/cursos-de-graduacao/engenharias/engenharia-de-energia/view. Acesso em: 10 jan. 2019.
UFRN. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Natal, 2017. Disponível em: https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=10320810. Acesso em 10 jan. 2019.
UFERSA. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Mossoró, 2010. Disponível em: https://cet.ufersa.edu.br/apresentacao/. Acesso em: 10 jan. 2019.
Downloads
Publicado
2020-07-01
Como Citar
Martins, M. G. das C., & Sales, M. A. (2020). O ENSINO DE PORTUGUÊS EM CURSOS DE ENGENHARIAS E DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM UNIVERSIDADES POTIGUARES: UMA DEMANDA POR UM ENSINO PARA FINS ESPECÍFICOS. Revista Univap, 26(50), 22–35. https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v26i50.2221
Edição
Seção
Ciências Humanas
Licença
Esse trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode
DOI:
https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v26i50.2221Resumo
Na Resolução nº 11/2002, do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2002), que institui as diretrizes curriculares dos cursos de engenharias nas universidades brasileiras, estabelece-se que o egresso de um curso de engenharia deve saber comunicar-se de forma escrita e oral. Da perspectiva dos Letramentos Acadêmicos (LEA, 2017, LEA; STREET, 1998, 2006), em que se crê que o letramento é uma prática cultural e, portanto, diferenciada pelos contextos em que ocorre, é legítimo questionar como os cursos de engenharia das universidades federais potiguares satisfazem essa demanda legal. O objetivo deste trabalho, portanto, é analisar os modos de institucionalização do ensino de português nos cursos de engenharia dessas instituições e também no curso de bacharelado em ciência e tecnologia, como primeiro ciclo de algumas das engenharias. Para tanto, realizou-se uma análise documental dos projetos pedagógicos dos referidos cursos de três instituições federais localizadas no estado do Rio Grande do Norte. A análise centrou-se em particular na identificação e na caracterização das disciplinas ligadas ao ensino de português, a partir das seguintes unidades de análise: título, ementa e referências bibliográficas. Os resultados revelam que a maioria das disciplinas voltadas ao ensino de português fundamenta-se em abordagens generalistas, em que não se consideram as necessidades comunicativas específicas da profissão.Downloads
Referências
BRASIL. Ministério da Educação - MEC. Conselho Nacional de Educação - CNE. Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia. Brasília, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES112002.pdf. Acesso em: 30 de jan. de 2019.
CONFEA. Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005. Regulamenta as atribuições profissionais inseridas nos sistemas Confea/Crea. Disponível em: http://www.confea.org.br/. Acesso em: 30 de jan. 2019.
CUNHA, J. F. Letramento Acadêmico: Reflexão e Algumas Considerações sobre Cursos de Negócios em Faculdades Privadas Populares. Signum, v. 2, n. 15, p.129-151, dez. 2012.
FIAD, R. S. A escrita na universidade. Revista da ABRALIN, v. 10, n. 4, p. 357-369. 2a. parte, 2011.
FONAPRACE (Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis. IV Pesquisa do perfil do socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das instituições federais de ensino superior brasileiras. Brasília: Fonaprace, 291 p. 2014.
GARCIA JUNIOR, E. F.; ALVES, C. A. L.; MEDEIROS, S. Análise documental: uma metodologia da pesquisa para a Ciência da Informação, v. 1, n. 7, p. 138-150, jul. 2017.
GOURLAY, L. Threshold practices: Becoming a student through academic literacies. London Review of Education, v. 7, n. 2, p. 181-192, 2009.
HEINIG, O. L. O. M.; FRANZEN, B. A. A leitura e a escrita na engenharia: construindo intersecções entre o mundo do trabalho e a academia. Revista de Ensino de Engenharia, v. 32, n. 2, p. 10-18, jan. 2013.
HYLAND, K. English for Specific Purposes: some influences and impacts. In: CUMMINS, J.; DAVIDSON, C. International Handbook of English Language Teaching. Nova York: Springer, 2007, p. 391-399.
LACERDA, N. A.; SOUSA, M. A.; SILVA, M. T. M. Ensino de português para fins específicos: uma análise curricular em projetos pedagógicos de cursos de graduação da UFPI. In: Jornada Nacional do Gelne, 25, 2014, Natal. Anais... Natal: EDUFRN, 2014, p. 246-254.
LEA, M. R. Academic Literacies in Theory and Practice. In: STREET, B. V.; MAY, S. Literacies and Language Education. Cham: Springer, 2017, p. 147-158.
LEA, M. R.; STREET, B. V. O modelo de “letramentos acadêmicos”: teoria e aplicações. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 477-493, jun. 2014.
LEA, M. R.; STREET, B. V. The “Academic Literacies” model: theory and applications. Theory into Practice, v. 45, n. 4, p. 368-377, 2006.
LEA, M. R.; STREET, B. V. Student writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education. v. 23, n. 2, p. 157-16, 1998.
LILLIS, T. Whose “Common Sense”? Essayist literacy and the institutional practice of mystery. In: JONES, C.; TURNER, J.; STREET, B. (Org.). Students writing in the university: cultural and epistemological issues. Amsterdam: John Benjamins, 1999. p. 127-140.
LONG, M. Second Language Needs Analysis. Cambridge: Cambridge University, 2005.
MARINHO, M. A escrita nas práticas de letramento acadêmico. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 10, n. 2, p.363-386, abr. 2010.
OLIVEIRA, V. F. (Org). Trajetória e estado da arte da formação em Engenharia, Arquitetura e Agronomia – volume I: Engenharias. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, 2010.
RIBEIRO, A. E.; GUIMARÃES, I. F.; SILVA, S. E. C. Aulas de português na formação de engenheiros: expectativas e concepções de alunos e professores de instituição pública em Minas Gerais. Scripta, Belo Horizonte, v. 16, n. 30, p. 117-136, 2012.
IFRN. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Engenharia de Energia. Natal, 2017. Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br/ensino/cursos/cursos-de-graduacao/engenharias/engenharia-de-energia/view. Acesso em: 10 jan. 2019.
UFRN. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Natal, 2017. Disponível em: https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=10320810. Acesso em 10 jan. 2019.
UFERSA. Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Mossoró, 2010. Disponível em: https://cet.ufersa.edu.br/apresentacao/. Acesso em: 10 jan. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esse trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode