IMPLICAÇÕES SOCIOECONÔMICAS E A BIOSOCIODEMOGRAFIA DE UM CONJUNTO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL EM URUGUAIANA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v25i48.2246

Palavras-chave:

Crianças, paralisia cerebral, perfil biosociodemográfico, indicadores sociais.

Resumo

Uruguaiana possui baixos indicadores sociais que podem influenciar a vida de crianças com paralisia cerebral. Objetivo desse artigo é contextualizar o perfil biosociodemográfico de crianças com paralisia cerebral que são assistidas por dois centros destinados a reabilitação física infantil em Uruguaiana. Foi utilizado como método a pesquisa aplicada, descritiva e de estudo de caso. A amostra foi de crianças com diagnóstico clínico de paralisia cerebral, de quatro a doze anos, que realizavam tratamento fisioterapêutico nos dois centros de reabilitação e residentes em Uruguaiana no mínimo há um ano, e seus pais/responsáveis. O perfil biosociodemográfico foi avaliado por um questionário estruturado e pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (2018) respondidos pelos pais/responsáveis, assim como o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa aplicado nas crianças. A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e os resultados obtidos destacam maior frequência do perfil de crianças com quadriplegia espástica, com altos níveis de comprometimento motor, do sexo masculino, de menores classes sociais, que recebem benefício governamental, que residem em moradias próprias, em bairros periféricos e com benfeitorias básicas residenciais. A pesquisa concluiu que fatores do cenário regional associado aos do perfil biosociodemográfico geram um status quo de vulnerabilidade e fomenta a exclusão social nesse grupo de criança com paralisia cerebral e de seus familiares.

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Biografia do Autor

Christian Caldeira Santos, Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Discente do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale e Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana.

Área: Fisioterapia neurofuncional infantil

Jacinta Sidegum Renner, Universidade Feevale

É doutora e mestre em Engenharia de Produção com enfase em Ergonomia (UFRGS). Fez especialização em Saúde e Trabalho (UFRGS/CEDOP), graduada em Fisioterapia pela Universidade Feevale (1997). Atualmente é professora/pesquisadora e do Programa (Doutorado e Mestrado) em Diversidade Cultural e Inclusão Social na Universidade Feevale. É lider do Grupo de Pesquisa em Design da Universidade Feevale. É avaliadora ad hoc do CYTED (Programa Iberoamericano De Ciencia Y Tecnologia para el Desarollo). É diretora da Qualivida Consultoria em Saúde Ltda. que presta serviços em ergonomia e qualividade de vida no trabalho. Integra a Diretoria da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia). Foi coordenadora do Grupo Técnico de Ergonomia da ABICALÇADOS. É certificada como ergonomista na categoria Sênior pela ABERGO. É conselheira da FIERGS e participa do Grupo de Estudos do Ambiente de Trabalho - GEAT/CONTRAB - FIERGS. Tem experiência profissional e acadêmica na área de Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia, atuando principalmente nos seguintes temas: ergonomia, Inclusão de pessoas com deficiência no trabalho, tecnologias assistivas, processo e organização do trabalho, gestão em saúde e segurança e qualidade de vida no trabalho. Atua com uma equipe de pesquisadores em design na projeção e prospecção de produtos de design inclusivo e Tecnologias Assistivas para pessoas com deficiência, acamados e idosos. 

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Publicado

2019-12-06

Como Citar

Santos, C. C., & Renner, J. S. (2019). IMPLICAÇÕES SOCIOECONÔMICAS E A BIOSOCIODEMOGRAFIA DE UM CONJUNTO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL EM URUGUAIANA. Revista Univap, 25(48), 104–117. https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v25i48.2246

Edição

Seção

Artigos da edição especial "Vivendo globalmente e agindo localmente - A saúde como tema complexo"