DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS

SOU MÃE E AGORA?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v31i71.4557

Palavras-chave:

Cuidadores, Pré-natal, Microcefalia

Resumo

Objetivo: compreender a percepção das mães sobre os cuidados com os filhos após serem diagnosticadas com síndrome congênita do Zika Vírus. Método: estudo qualitativo e exploratório com mães de crianças com síndrome congênita do Zika Vírus (SCZ) em um Centro Especializado em Reabilitação de uma cidade do interior da Bahia. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, e estas analisadas com análise temática, culminando na construção da categoria: “percepções das mães sobre o diagnóstico da SCZ”. Participaram do estudo sete mães (entre 23 e 41 anos) de crianças com o diagnóstico desta síndrome. Resultados: A maioria das mães (4/7) relatou que o diagnóstico ocorreu durante o parto, gerando desespero e medo, além disso, receberam o diagnóstico de familiares ou da mídia local, e não da equipe de saúde responsável, demonstrando comunicação não efetiva entre os trabalhadores e usuárias, revelando uma fragilidade nessas relações que são imprescindíveis para um cuidado integral. Percebeu-se também que há obstáculos que dificultam a efetivação em relação a coordenação do cuidado e o pré-natal dessas mulheres. Conclusão: A percepção do diagnóstico revelou sensações de medo, desespero, angústia e incertezas quanto ao futuro a partir da descoberta da SCZ, isto porque a maior parte das mães obteve o diagnóstico de forma inesperada, por uma inadequada comunicação, expondo falhas na assistência desde o pré-natal até a coordenação do cuidado à gestante. Aprimorar o cuidado no pré-natal e a qualificação da comunicação é essencial no âmbito de diagnósticos difíceis, que quando adequadamente feitos podem modificar o enfrentamento de forma positiva das situações

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Biografia do Autor

Denise Vasconcelos Fernandes, Universidade do Estado da Bahia

Fisioterapeuta formada pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2011), Mestra em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual da Bahia, MEPISCO/UNEB, participante do grupo de pesquisa: Micropolítica, Cuidado e Trabalho em Saúde, pós graduada em Fisioterapia Traumato-Ortopedica pela Universidade Gama Filho, pós Graduada em Atividade Física na Pessoa com Deficiência pela Universidade do Estado da Bahia. Docente da Faculdade Ages - Jacobina, atuação no CER II - Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual - e APAE Jacobina/BA; formação e atuação em Tratamento da Escoliose Baseado em Evidencias - Escoliose Brasil; RPG - Reeducação Postural Global (método Mazolla e Zaparolli) e Podoposturologia e Baropodometria.

Marcio Costa de Souza, Universidade Estadual de Feira de Santana

Fisioterapeuta, Doutor em medicina e Saúde Humana, Professor Adjunto da Universiade Estadual de Feira de Santana.

Graduação em Fisioterapia (1998), Mestrado em Saúde Coletiva (2006) e Doutorado em Medicina e Saúde Humana (2019). Atualmente é Professsor Adjunto na graduação e da Residência Multiprofissional do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana, nesta instuição é professor permanente do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva,o qual no momento encontra-se na função de Coordenador do programa, além de professor permanente do Programa de Pos graduação em Saúde Coletiva (Acadêmico). Atua também como professor permanente do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva da Universidade do Estado da Bahia, assim como membro do CEP desta Instituição. Líder do grupo de pesquisa Micropolítica, cuidado e trabalho em saúde (UNEB) e membro do NUPISC/UEFS.

Jorge Lopes Cavalcante Neto, Universidade do Estado da Bahia

Formado em Educação Física, Doutor em Fisioterapia, Professor Adjunto do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia.

Bolsista CNPq de Pós-Doutorado no Exterior, em andamento na The University of Queensland, Brisbane, Austrália. Doutor em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com período de Doutorado Sanduíche na Radboud University, Nijmegen, Holanda entre 2017 e 2018, sendo bolsista CAPES PDSE. Realizou estágio pós-doutoral no Departamento de Fisioterapia da UFSCar entre 2023 e 2024. Possui Mestrado em Nutrição Humana e Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). É Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), atuando como Professor Permanente do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva (MEPISCO) da UNEB, Campus I. Líder do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Especial e Educação Física Adaptada (GEPEFA) e coordenador do Laboratório de Avaliação e Intervenção em Atividade Motora Adaptada (LAIAMA). Os interesses de pesquisas são: Avaliação e Intervenção na Funcionalidade e Saúde nas Desordens do Neurodesenvolvimento, com ênfase no Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) e Transtorno do Espectro Autista (TEA), Realidade Virtual, Comportamento motor, Aptidão física, Saúde mental e Qualidade de vida.

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Publicado

25-04-2025

Como Citar

Fernandes, D. V., Souza, M. C. de, & Cavalcante Neto, J. L. (2025). DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS: SOU MÃE E AGORA?. Revista Univap, 31(71). https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v31i71.4557

Edição

Seção

Ciências da Saúde

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