UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: VISÃO DA CRIANÇA SOBRE O PROCESSO DE INTERNAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v25i48.2205
Resumo
A internação hospitalar na infância é um acontecimento estressante, pois afasta a criança da rotina familiar e a insere em meio desconhecido, onde sua segurança é frequentemente ameaçada. O presente artigo tem como objetivo conhecer a visão da criança sobre o processo de internação na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, desenvolvido com sete crianças escolares de 7 a 12 anos. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada com questões sobre o motivo da internação e conhecimento sobre a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Os depoimentos foram analisados utilizando-se a Técnica de Análise de Conteúdo. Após análise das entrevistas realizadas, surgiram as seguintes categorias: conhecimento sobre o motivo de estar no hospital e conhecimento sobre o estar internado na UTI. É possível observar que a criança não faz rodeios, explica sucintamente o motivo de sua internação, é racional e direta. Sua resposta pode ter sido influenciada pelo que seus pais ou outras pessoas com as quais teve contato durante a internação disseram, mas ela tira suas próprias conclusões, formula seu diagnóstico e justifica sua internação. A internação hospitalar e principalmente a admissão da criança na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica são momentos de muita ansiedade e angústia vividos pela própria criança, pelos pais e familiares. De maneira geral, as crianças sabem o que está acontecendo em seus organismos, o porquê de estarem doentes e também compreendem a necessidade da internação para seu total restabelecimento.
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Referências
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Publicado
2019-12-06
Como Citar
Guerra, C. M., Chesani, F. H., & Bossardi, C. N. (2019). UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: VISÃO DA CRIANÇA SOBRE O PROCESSO DE INTERNAÇÃO. Revista Univap, 25(48), 176–188. https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v25i48.2205
Edição
Seção
Artigos da edição especial "Vivendo globalmente e agindo localmente - A saúde como tema complexo"
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DOI:
https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v25i48.2205Resumo
A internação hospitalar na infância é um acontecimento estressante, pois afasta a criança da rotina familiar e a insere em meio desconhecido, onde sua segurança é frequentemente ameaçada. O presente artigo tem como objetivo conhecer a visão da criança sobre o processo de internação na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa, desenvolvido com sete crianças escolares de 7 a 12 anos. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada com questões sobre o motivo da internação e conhecimento sobre a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Os depoimentos foram analisados utilizando-se a Técnica de Análise de Conteúdo. Após análise das entrevistas realizadas, surgiram as seguintes categorias: conhecimento sobre o motivo de estar no hospital e conhecimento sobre o estar internado na UTI. É possível observar que a criança não faz rodeios, explica sucintamente o motivo de sua internação, é racional e direta. Sua resposta pode ter sido influenciada pelo que seus pais ou outras pessoas com as quais teve contato durante a internação disseram, mas ela tira suas próprias conclusões, formula seu diagnóstico e justifica sua internação. A internação hospitalar e principalmente a admissão da criança na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica são momentos de muita ansiedade e angústia vividos pela própria criança, pelos pais e familiares. De maneira geral, as crianças sabem o que está acontecendo em seus organismos, o porquê de estarem doentes e também compreendem a necessidade da internação para seu total restabelecimento.
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